segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Escrever para preencher o vazio que percorre a alma.
Que corrói a palavra
Que destrói a amada
Que invade a calçada
Que remove a estada
Que introduz o veneno
Que produz o terreno
Onde eu escrevo
E digo o sentir
Digo que me aflige
Digo que me agonia
Digo o que quero
E que não quero.
Digo o que quer
E não quer
Ouvir.
Escrevo o que você não diz.
Escrevo até o que eu não digo.
E digo
Mais.
Digo que quando escrevo
Ainda assim
Não digo tudo que gostaria de dizer.
Às vezes porque não sei como.
Às vezes porque não quero,
Não sei como!
Pode não se querer,
Mas no meu caso
O impossível
É ter você.

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