segunda-feira, 14 de janeiro de 2013


Escrever para preencher o vazio que percorre a alma.
Que corrói a palavra
Que destrói a amada
Que invade a calçada
Que remove a estada
Que introduz o veneno
Que produz o terreno
Onde eu escrevo
E digo o sentir
Digo que me aflige
Digo que me agonia
Digo o que quero
E que não quero.
Digo o que quer
E não quer
Ouvir.
Escrevo o que você não diz.
Escrevo até o que eu não digo.
E digo
Mais.
Digo que quando escrevo
Ainda assim
Não digo tudo que gostaria de dizer.
Às vezes porque não sei como.
Às vezes porque não quero,
Não sei como!
Pode não se querer,
Mas no meu caso
O impossível
É ter você.

sábado, 15 de setembro de 2012

Paixão


E uma vez eu me apaixonei pelo teatro.
Quando subi num palco pela primeira vez
Não foi paixão à primeira vista.
Foi amor à primeira pisada, à primeira respiração.
Eu vi que pisaria ali o resto da vida.
Foi quando eu decidi enricar fazendo isso.
Pronto.
Fiquei televisiva demais, aí cabo.


O palco fugiu,
A luz apagou
E os aplausos silenciaram.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Café da Manhã

Se eu te quiser todos os dias,

não se espante.

Se eu te puser num copo e

beber com leite no café da manhã,

não esquente.

Se eu precisar me enxugar em você

após todos os banhos,

não se assuste.

Preciso te ter todos os dias

dentro e fora da minha rotina.

Mas se não quiser,

se, simplesmente, não puder por

motivos que não escolhemos,

escolhas que não fazemos.

Me contentarei apenas

em tomar um café frio,

ainda molhada do banho

de lágrimas.

domingo, 20 de novembro de 2011

Ser

Entre ser eu

e ser outros,

prefiro ser.

Quando construo uma personagem,

me construo aos poucos.

Me parece que é tudo tão vazio,

quanto uma folha de papel em branco.

Quanta bobagem!

Uma folha em branco está mais cheia do que

seus olhos podem ver,

seus ouvidos podem aguentar

e sua imaginação, perceber.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Sabe aquela lua
que todo mundo gosta?
Aquela que, a noite,
brilha, reluz...
Aquela que encanta os olhos
de qualquer um que possa vê-la.
Dessa lua, eu gosto.
Me encanta, me fascina.
Mas a lua que eu amo,
a que poucos vêem
é aquela que aparece durante o dia.
Você já reparou ?
Aquela lua que mal aparece
naquele céu azul claro
branca e serena.
Nada de brilhos,
nada de encantos.
Ela simplesmente está ali.
É dessa lua que eu gosto.
Porque essa, é ela de verdade,
aquela que quase ninguém conhece,
quase ninguém pode ver.
Mas eu vejo,
e é essa lua que eu quero...

domingo, 30 de janeiro de 2011

Porque na vida a gente sempre escolhe o mais difícil.
Quanto mais dificuldade a gente encontra, parece que mais divertido fica,
enquanto as vezes o caminho mais simples pode ser o melhor caminho.
O homem idealiza uma felicidade que não existe.
Comercial de margarina, é só comercial.
A felicidade idealizada é ideal,
não real.
A real é tão mais simples,
tão mais simples de ser encontrada,
que as vezes está bem na nossa frente
e a gente não consegue, ou não quer ver
e deixa passar.
Não procuro mais por desafios
tento olhar ao meu redor
e, apesar de clichê,
ver nas coisas mais simples da vida
essa tal felicidade.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Às vezes é bom
ficar feito gato
na parte mais alta
do muro da vida
apenas observando
como se estivesse narrando
uma história
do lado de fora dela.
Narrador observador,
não personagem.
Mas sem ser o autor
sem poder mudar o roteiro
apenas aceitando os fatos
e os narrando.
Gostando ou não
são fatos
ou serão.
Como o gato:
observa
e narra
e cala.